"Eu gosto de sentir o sangue na garganta. Quando começo a sentir é porque o negócio está ficando bom"

O primeiro encontro

Primeiro catarinense a participar do Ironman Brasil. O encontrei por volta das nove horas da noite. Ali no bairro Santa Mônica, próximo ao Angeloni, é onde fica sua residência. Na hora das apresentações : - Oi, como vai?

E para distrair ainda soltei: - Não foi tão difícil de achar a casa. Nesse momento, mas nesse exato momento, logo percebi que o atleta de aproximadamente um metro e noventa, que estava diante de mim, ameaçava ser também durante o dia a dia um homem centrado e reservado, igual confirmava a ser nas provas de triatlo.

Dominando um jeito envergonhado e conciso em cada frase dita, Guilherme d'eça M. Vinhas, 36, natural de Florianópolis, é formado em Educação Física. Aos quatro anos de idade iniciou aulas de natação e com seis já realizava competições. Um dia, o treinador lançou uma ideia aos nadadores.

Participar (por diversão) de um evento na Lagoa da Conceição, e foi assim, marcando presença em algumas provas curtas e assistindo por meio da televisão, que Guilherme matrimoniou-se ao triatlo.
 
O corpo

Como disse lá no começo do texto, Guilherme foi o primeiro catarinense a participar do Ironman, ainda quando a prova era realizada em Porto Seguro (BA). Das quatro participações, a primeira foi a mais marcante. “ Era um esporte novo, principalmente para Floripa, ninguém tinha conhecimento científico do que o corpo poderia aguentar, tudo era novo”, explica o atleta.

Com muito treino o corpo aguenta. Depois de dez anos parado, apenas fazendo provas curtas, o também personal trainer, voltou a treinar há cinco meses de 4/5 horas por dia, o treino mais longo durou oito horas. A concentração é muita. Para se ter ideia da intensidade, quando os atletas estão focados em alguma das modalidades no momento da prova, e por acaso se distraem com algo, para voltar a se concentrarem na competição demora aproximadamente sete minutos. Quase tudo é calculado.
 
O sentimento

O que não dá para calcular é a emoção na largada. Para Guilherme não é a adrenalina que surge no momento da saída, “na hora da prova sou um pouco apático, não me prendo no que está acontecendo em volta, apenas tento me colocar numa posição boa para largar, eu fico muito focado no que estou fazendo”.

Balada, barzinho, distração, festa. Essas palavras quase não aparecem nos finais de semana do Guilherme. Quando sai com a namorada, Ana Carla Prade que também pratica o triatlo, diz olhar para o relógio a cada um minuto. O bom mesmo para o casal, é ficar em casa e descansar para no outro dia acordar bem cedo e praticar. A vida dele e dela é o esporte. A família ordena a rotina conforme a rotina que ele impõe. A estrutura familiar precisa estar muito forte. “Nós não gostamos de mais nenhum outro esporte, talvez um pouco de luta'', fala rindo o casal.
 
O Ironman 2010 para ele

Guilherme vai participar na categoria – Grupo Etário Masculino -, porém o foco é profissional. “ Nunca foi tão objetivo como este ano, sempre usei o Iron para base de outras competições. Este ano estou indo com o objetivo de alcançar o resultado”, fala convicto o atleta.

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