ATÉ O IRONMAN 2011

Com toda a estrutura do Ironman montada em Jurerê, faltavam as grandes estrelas do triátlon nacional e internacional. Eis que surgem os corpos cansados que empurravam a bike com uma mão e a outra segurava as sacolas coloridas até o setor de transição. Logo na entrada o atleta é recepcionado por um staff que o conduz ao local em que a bike vai ser encaixada, de acordo com a numeração fixada no capacete e na bike.

Durante o percurso muitas histórias vão sendo reveladas e até descobrimos algumas coincidências, recebi um atleta do Rio Grande do Sul cuja esposa é natural de Vacaria, ou seja, a mesma cidade em que nasci. Conversamos sobre o aquecedor que a esposa comprou, mas que não deu conta de tanto frio.

Muitos atletas do interior do estado de São Paulo, Rio de Janeiro e até do Amazonas, este estava muito empolgado com a prova. O trio de amigos de Santos chegou cheio de graça para deixar a bike na transição, demos muitas risadas e um dos atletas acabou conseguindo levar a capa amarela de proteção.

Assim como os estados, a experiência também era diversificada, entre os competidores estavam homens e mulheres que participavam pela primeira vez. Outros mais experientes já estavam no décimo quarto Ironman com provas realizadas também no Havaí. A emoção era a mesma.

Depois do vento, veio o sol radiante anunciando que a prova no domingo ia começar com tempo bom. A noite caiu e muitos atletas ainda estavam chegando na transição. Este era o momento de falar espanhol, argentinos e chilenos pareciam ter combinado o horário, falaram pouco, mas sempre muito simpáticos.

Pausa para a foto, alguns atletas levaram uma recordação da staff que os atendeu, e o mais interessante é que eles me chamavam pelo nome e ainda agradeciam pelo meu trabalho. Sem dúvida, quem agradece somos nós staffs por descobrir tantas histórias de vida de pessoas como o paulista Alessandro, em 2006 ele sofreu um acidente na prova do Ironman e continuou todo percurso de bike somente com uma mão.

Levei até uma bronca por não praticar esportes, afinal de contas alguns dos atletas tinham idade para ser meu pai e até meu avô, mas a turma é de dar inveja quanto à saúde, disposição, persistência e muita vontade de viver intensamente. Depois de nadar 3.8 km, pedalar 180 km e correr 42 km, alguns atletas voltavam pra casa pedalando outros ainda tinham uma longa viagem pela frente.

Fim de tarde, depois de ajudar os competidores com as bikes, era chegado à hora de pegar a mochila subir na condução e ir pra casa. A dor nas pernas, nas costas era inevitável, mas valeu apena cada hora em que passei trabalhando como voluntária. Suei a camisa, ganhei amigos, descobri histórias, meu prêmio sem dúvida é o sentimento de missão cumprida! Em 2011 estaremos juntos novamente. Obrigada! 

        STAFFS EM AÇÃO !!!!

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